segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Aqui à beira, no dia três, a ansiedade cresce em mim soprada a hélio, elevando-se até junto do sol caindo em ricochete sobre a minha pele.
No dia três da minha recuperação, pensava ter amenizado os danos de meses de intensa transformação. Convictamente tinha arrumado a paranóia na gaveta e esperava como objecto apático, que um renascimento iluminado surgisse dentro de mim.
Aqui neste dia três, as lágrimas quentes enrolam-se na parte de trás dos meus olhos contendo-se em ditadura, para não rolarem pelas duas colinas e caírem geladas no chão.
Aqui no dia três detesto a humanidade, tenho vontade de explodir todo este peso que me imobiliza, de vomitar as entranhas de forma a que não seja possível construí-las e encaixa-las de novo na sua estante.
Aqui no dia três irrito-me contidamente e engulo em tragos largos e dolorosos palavras e desabafos.
Aqui no dia três espero pelo dia 10.