segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Do Domingo

Passei parte do domingo com as mãos na religião.
Pinto Cristo, na cruz. Anjos que o rodeiam, almas atormentadas que choram a sua dor e partida eminente.
Uma cena pintada, pinto em automático. Pintar em automático faz-me bem, por vezes. Faz com que canse os braços, com que esteja dedicada ao pormenor, com que estique a minha paciência.
Enquanto pinto em automático, a minha cabeça vagueia, penso longamente, tão longamente quanto a devoção que entrego aos pincéis finos e precisos. O pensamento viaja, a cabeça anda às voltas até doer, tomo decisões. Decisões para a vida! Julgo eu...
Amanhã pintarei em automático, mas deixo a religião de lado. O automatismo será dedicado às paredes velhas de uma casa que se quer nova.

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