Onde é que é o botão para acordar?

Mais um ditado: Não há 8 sem 80
Ou então Não há fome sem fartura. Mas não neste sentido, como se fosse experienciado de forma positiva.
Quando já me encontrava eu acomodada na pasmaceira, no marasmo do trabalho por conta de outrem, vai que a minha vida dá uma volta de 360º. Num dia dormitava eu sobre pensamentos lentos, num estado zen, estava na realidade a meditar, os pensamentos passavam pela minha mente como moscas lentas numa tarde de verão. E de repente tráz páz. Foi como uma bofetada do golias. Sou sugada para um lugar estranho, onde não consigo sequer pensar... executar, fazer, executar, fazer... Nãoooooo.... Socorro.... Estou à mercê da tirania.... Num momento era a cigarra agarrada a sonhos de lazer, prazer, observando a vida passar docemente pelos meus olhos, qual lagarto arrastando-me pela parede à procura do sol... ai ai, belas tardes de hedonismo, e então, uma subita mudança, como que um feitiço maléfico e retorcido, tranporta-me para um formigueiro, onde sob o jugo de uma rainha tirana, tenho de trabalhar incansávelmente. Passados dois dias desta maldade que me fizeram, até fiquei com febre, porque é que o sol não nasce para mim? Eu não sou nórdica, repararam? Sou bem lusitana... eu quero o meu sol... É que isto, é bem sério, por um breve momento senti algo estranho e irreconhecivel para o meu corpo, pensei "o que será esta coisa nojenta com sabor a sal que me escorre pelas temporas?" Passado o susto, consegui reconhecer, era aquilo que eu via nos trolhas da obra em frente ao meu antigo local de lazer.... que horror, no que me transformei?