domingo, 25 de maio de 2008

Voyeur Cultural : Tempest II

Confesso que não sei bem como falar sobre este espectáculo.
Confesso que não percebi algumas coisas e opções do coreógrafo, apesar de poder extrair muitas conclusões próprias. Terá isto relação com a distância cultural que separa Portugal da Nova Zelândia? Ou simplesmente com diferentes esquemas mentais e sensibilidades?
Seja como for, não me apetece criticar ou procurar razões e motes para falhas de entendimento, que tanto podem ser minhas enquanto espectadora, como do criador enquanto Sede e origem de uma mensagem, como da distância de muitos quilómetros que separam os nossos mundos. Apetece-me sim dizer que gostei muito, de uma forma quase visceral.
No primeiro segundo o meu coração começou a bater acelerado numa taquicardia incontrolável e só parou muito depois de ter terminado a acção no palco. Acção controlada, contida, numa velocidade inquietamente pausada. As luzes estavam fantásticas, pontos de foco visual e mental.
Há muito que não via nada de tão tormentoso e agressivo, por isso será talvez contraditório dizer que gostei muito, ou não. O gostar de algo provavelmente tem mais a ver com o impacto que esse algo tem na nossa vida (ou tempo presente da nossa vida) e memória, do que com a natureza dos sentimentos que se apoderam de nós.

Os membros do Clube tsé podem ser afinal, de vez em quando e só quando tal se justifique, seguidores de um plácido Hedonismo Masoquista.

Sem comentários: